ORAÇÃO ADVOGADAS

JUSTIÇA CEGA ...

Descrição:

A faixa cobrindo-lhe os olhos significava imparcialidade: ela não via diferença entre as partes em litígio, fossem ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou pequenos. Suas decisões, justas e prudentes, não eram fundamentadas na personalidade, nas qualidades ou no poder das pessoas, mas na sabedoria das leis. Hoje, mantida ainda a venda, pretende-se conferir à estátua de Diké a imagem de uma Justiça que, cega, concede a cada um o que é seu sem conhecer o litigante. Imparcial, não distingue o sábio do analfabeto; o detentor do poder do desamparado; o forte do fraco; o maltrapilho do abastado. A todos, aplica o reto Direito.


A história diz que ela foi exilada na constelação de Virgem mas foi trazida de volta à Terra para corrigir as injustiças dos homens que começaram a acontecer.

Mais tarde, em Roma, a mulher passou a ser a deusa Iustitia (ou Justitia) , de olhos vendados, que, com as duas mãos, sustentava uma balança, já com o fiel ao meio. Para os romanos, a Iustitia personifica a Justiça. Ela tem os olhos vendados(para ouvir bem) e segura a balança com as mãos (o que significa ter uma atitude bem firme). Distribuía a justiça por meio da balança que segurava com as duas mãos. Ela ficava de pé e tinha os olhos vendados; dizia (declarava) o direito (jus) quando o fiel (lingueta da balança indicadora de equilíbrio) estava completamente vertical.

Isso nos mostra o contraste entre os gênio prático dos romanos e a sabedoria teórica dos gregos; vale a pena relembrar que a influência de nosso direito é romana.


sábado, 26 de setembro de 2009

A FLOR DA LIBERDADE...




“A mulher que fez brotas no meu Brasil/ A flor da liberdade / Levou ao chão barreiras, / Construiu igualdade”. Foi com essas palavras que a deputada Celina Jallad, líder da bancada peemedebista na AL, iniciou seu discurso na sessão solene desta quarta-feira (8) em homenagem ao Dia Internacional da Mulher.

Compondo a mesa, presidida por Celina Jallad, estão a juíza Marilza Lúcia Fortes; Carla Stehpanini, da coordenadoria municipal de Políticas para a Mulher; Geraldo Escobar, presidente da OAM/MS, vice-prefeita de Campo Grande, Marisa Serrano; Beth Puccinelli e a deputada Bela Barros. Durante a sessão, 52 mulheres serão homenageadas.

Veja a íntegra do discurso da deputada Celina:

“A mulher que fez brotas no meu Brasil A flor da liberdade Levou ao chão barreiras, Construiu igualdade. Com um trecho do samba enredo 2006 da escola Porto da Pedra, Bendita és tu entre as mulheres do Brasil, saúdo a todas as mulheres que hoje novamente se reúnem para mais um dia de reflexão, homenagem, comemoração e reafirmação da luta pelo nosso lugar no mundo.

Hoje é dia de ouvirmos discursos politicamente corretos, de recebermos flores e sermos enaltecidas pelas homenagens merecidas.Mas não podemos descansar ao som de umas poucas vitórias esporádicas lisonjas. Os avanços da cidadania feminina dependem essencialmente de nós, mulheres.

Nenhuma conquista caiu de forma graciosa em nosso colo. Os muros da discriminação estão sucumbindo porque as mulheres bateram neles – e bateram firme.Tem muita injustiça que diminuiu, mas não cessou. E elas têm que cessar. A cada bandeira que cai por força da luta do movimento feminista, conquistamos espaços que ninguém pode nos tomar.

Vejo com alegria a notícia do Inep (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais) informando que nos últimos 13 anos, o número de mulheres matriculadas em instituições de ensino superior cresce 22% a mais que as matrículas de homens. A mulher tem maior escolaridade, aprende e sabe mais, mesmo assim, ainda recebe só uma fatia do salário do homem pelo mesmo trabalho.

A diferença é puro preconceito. É uma discriminação abominável que prejudica economicamente milhões de famílias sustentadas por mulheres. Há 40 anos, Betty Friedan escreveu o livro A mística feminina, onde defendia uma mulher livre, feminina e que fosse igual, na diferença.

Ela garantia que a mulher não estava completa apenas casando e tendo filhos. Betty enxergava a mulher realizando seu potencial fora dos limites da casa. Nenhuma mulher alcança o orgasmo polindo o chão da cozinha, afirmava. Betty Friedan não está mais entre nós. No dia 4 de fevereiro, data de seu octagésimo quinto aniversário, ela se foi.

O desejo não foi totalmente realizado, mas suas idéias ainda incomodam aqueles e aquelas que se negam a reconhecer a discriminação que tira das mulheres a oportunidade de sua plena realização como ser humano. A violência doméstica é um crime que vem sendo praticado cotidianamente dentro de casa contra as mulheres brasileiras, que não encontram uma resposta afirmativa de poder público à violência sofrida.

Ao contrário de 17 países a América Latina, o Brasil ainda não tem uma legislação específica para estes casos que são, na verdade, grave violação aos direitos humanos das agredidas. A omissão da justiça gera mais agressão doméstica – e quem bate continua batendo.

Pesquisa feita pelo Datasenado constatou que 71% das mulheres agredidas foram vítimas de violência mais de uma vez, sendo que 50% foram vítimas por quatro vezes ou mais.Não podemos fechar os olhos para esse cenário truculento. Se hoje não somos as vítimas, amanhã podem ser as nossas filhas e netas. Temos muita estrada para percorrer.

Na representação política, por exemplo: vamos eleger mais mulheres ou vamos continuar dependendo da boa vontade daqueles que vão ocupar nosso lugar nos parlamentos e nos governos? Na Alemanha, na Libéria e no vizinho Chile, as mulheres já estão no poder. Sei que não é tarefa fácil. Mas quando é que ávida foi fácil para nós?

Cobram e esperam muito da mulher. Temos que zelar pela casa, educar os filhos, trabalhar, cuidar da aparência e corresponder ao estereótipo de sucesso profisisonal. A mulher é vitima da ditadura estética. Tem que modelar o corpo, retificar os deslizes da genética, perseguir a juventude e dissimular as dobras do tempo.

Além disso, a mulher bem sucedida tem que disfarçar as dores da alma. O estresse, a tristeza, o cansaço resultante de múltiplas e exaustivas atividades, os medos de encarar e enfrentar as vicissitudes da existência precisam ser devidamente contidos e controlados para não expor as fragilidades e as inseguranças da mulher.

Até mesmo os problemas existenciais, comuns da vida, muitas vezes são camuflados para não contrariarem a identidade social de realização, êxito profissional e independência financeira. É comum a cobrança de uma mulher acima das fragilidades humanas, como requisito para ocupar postos de liderança nesta sociedade que ainda se rege, histórica e culturalmente, por valores masculinos.

MULHERES ADVOGADAS

Vocês não voam, não têm super-poderes, muito menos identidade secreta mas, com certeza, são heroínas. E é em reconhecimento àquelas que estão transformando o mundo pelo seu exemplo, que decidimos iniciar neste ano uma série de homenagens às cidadãos de nosso Estado.

A mulher advogada tem grande missão de banir as desigualdades que, apesar de ilegais, vicejam por todo o ordenamento social, sonegando os diretos humanos das mulheres. Enquanto as advogadas lutam com a espada da lei, as líderes de bairro vivenciam os problemas diários de cada com unidade.

A líder de bairro é uma despachante de emergências. Cuida das pequenas, como marcar uma consulta médica ou trocar lâmpada que queimou deixando a rua escura, até as mais relevantes, como a luta pelo asfalto e pela ampliação da creche da vila que está entupida de crianças. Estas mulheres recebem homenagem porque doam parte de sua existência para que a vida coletiva fique melhor, mais digna e justa.

Estas mulheres, com poderes de feiticeiras, transformam em luz e sorriso as dores que sentem e ainda encontram tempo para ser fortes e oferecer ombros para quem neles precisa se apoiar... e chorar. Ninguém precisa ter medo da igualdade feminina. Afinal, uma família só será completa se os dois parceiros exercerem de forma plena sua cidadania.

Não se pode ser feliz pela metade. No lar em que não há igualdade, as relações acabam contaminadas pelas lágrimas da submissão e pela vergonha da dependência. A mulher tem asas e deve voar na busca do horizonte iluminado do seu destino. Mulheres, pensando com o coração; agindo com e moção e vencendo pelo amor.

E, já que começamos citando uma música, vamos terminar no mesmo ritmo. Da canção Nunca pare de sonhar, fazemos nossas as palavras de Gonzaguinha.

Nunca se entregue

Nasça sempre com as manhãs

Deixe a luz do sol brilhar no céu do seu olhar

Fé na vida, fé no homem e na mulher, fé no que virá

Nós podemos tudo, nós podemos mais

Vamos lá fazer o que será.

Vamos lá mulheres! Deus, que nunca nos faltou, continua caminhando ao nosso lado! “

Nenhum comentário:

Postar um comentário