ORAÇÃO ADVOGADAS

JUSTIÇA CEGA ...

Descrição:

A faixa cobrindo-lhe os olhos significava imparcialidade: ela não via diferença entre as partes em litígio, fossem ricos ou pobres, poderosos ou humildes, grandes ou pequenos. Suas decisões, justas e prudentes, não eram fundamentadas na personalidade, nas qualidades ou no poder das pessoas, mas na sabedoria das leis. Hoje, mantida ainda a venda, pretende-se conferir à estátua de Diké a imagem de uma Justiça que, cega, concede a cada um o que é seu sem conhecer o litigante. Imparcial, não distingue o sábio do analfabeto; o detentor do poder do desamparado; o forte do fraco; o maltrapilho do abastado. A todos, aplica o reto Direito.


A história diz que ela foi exilada na constelação de Virgem mas foi trazida de volta à Terra para corrigir as injustiças dos homens que começaram a acontecer.

Mais tarde, em Roma, a mulher passou a ser a deusa Iustitia (ou Justitia) , de olhos vendados, que, com as duas mãos, sustentava uma balança, já com o fiel ao meio. Para os romanos, a Iustitia personifica a Justiça. Ela tem os olhos vendados(para ouvir bem) e segura a balança com as mãos (o que significa ter uma atitude bem firme). Distribuía a justiça por meio da balança que segurava com as duas mãos. Ela ficava de pé e tinha os olhos vendados; dizia (declarava) o direito (jus) quando o fiel (lingueta da balança indicadora de equilíbrio) estava completamente vertical.

Isso nos mostra o contraste entre os gênio prático dos romanos e a sabedoria teórica dos gregos; vale a pena relembrar que a influência de nosso direito é romana.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

VIOLENCIA CONTRA AS MULHERES






Violência contra as mulheres

Luiz Guilherme Marques

Juiz de Direito da 2ª Vara Cível de Juiz de Fora – MG

O JORNAL DO SENADO Ano XIV nº 2.774/166, de 31/03/2008, p. 12, na reportagem sobre a Lei Maria da Penha, afirma:

Pesquisas equiparam Brasil e Estados Unidos: a cada 15 segundos uma mulher, seja brasileira ou norte-americana, é agredida. No Brasil, a fundação Perseu Abramo diz que em 70% dos casos de agressão parte de pessoa com quem a vítima mantém ou manteve algum vínculo afetivo, inclusive de familiares.

Das informações acima extraio dois tópicos para breves comentários: 1) o problema da violência contra mulheres é tão grave no Brasil quanto nos Estados Unidos; e 2) os homens violentos agridem fisicamente principalmente suas esposas ou companheiras.

Conclui-se que os elevados níveis cultural, econômico e social não representam um antídoto infalível contra a violência. Um cidadão não passa a respeitar as mulheres pelo simples fato de ser instruído, Ter um excelente salário e conviver nas altas rodas da sociedade.

O que faz um homem se julgar no direito de agredir fisicamente uma mulher? – Entendo que é seu insuficiente padrão ético.

As pessoas violentas têm a agressão física como o argumento mais convincente de que dispõem. Preferem “o direito da Força” à “força do Direito”.

Aliás, sucessivas gerações têm sido (mal) educadas à luz do conceito de que a imposição da própria vontade aos outros é uma das regras primordiais na "selva de pedra" que seria o mundo. Têm uma visão pessimista da humanidade, preferindo acreditar que as pessoas são más e que tudo gira em torno de disputas pelas posições mais destacadas. Não acreditam que valha a pena ser idealista e lutar pela melhoria do mundo.

Países muito diferentes, Brasil e Estados Unidos, o que teriam em comum que seja a causa da mentalidade violenta em relação às mulheres?

Em ambos (e em outros países igualmente), só agridem as mulheres os homens dotados de insuficiente respeito a elas, ou sejam, aqueles que ainda têm um padrão moral inadequado para os tempos da democracia, direitos humanos, cidadania etc.

As esposas e companheiras são os alvos prediletos desses brutamontes, que descarregam nelas seus complexos de inferioridade e distúrbios de personalidade não resolvidos.

No Brasil, a Lei Maria da Penha veio em boa hora impor aos marmanjos mal educados o respeito compulsório às pessoas do sexo feminino, apesar delas não terem os bíceps tão fortes quanto os dos homens.

Alguns operadores do Direito vêm taxando a lei de inconstitucional, mas, acima da própria Constituição Federal - se ela for injusta - tem de prevalecer o Justo, que é a Lei Maria da Penha...

A referida lei, além de representar o Justo, significa também o Necessário.

Ainda há um longo caminho a percorrer até que deixe de ser necessária.

Até lá devem-se criar muitas Delegacias, Varas e Câmaras especializadas.

E talvez seja necessário que algumas penas venham a ser majoradas, se as atuais não surtirem o efeito preventivo que se espera.

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